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CABEÇA (TETÊ) OU: O ARTISTA E A SUA MODELO — PICASSO (1928)
CABEÇA (TETÊ) OU:
O ARTISTA E A SUA MODELO
— PICASSO (1928)

ESTA NOVELA que você agora lê, mais que uma novela, é um mix de vários estilos literários. As verdades que se expõem a partir da realidade em que vivemos por vezes não cabem numa única definição literária. A produção libertária não é, necessariamente, um mix anárquico: romance, poesia, dramaturgia, conto, tragédia, comédia, crônica, artigos... Mais importante são as revelações sobre a alma do autor e suas percepções: o âmago, os sentimentos e emoções dos seres humanos. A exposição nas letras do que até então havia sido jogado para debaixo do tapete. As descobertas se fazem ao se descobrir. E descobrir-se.  

REVELA AÇÕES acontecem quando um Deus Et faz contato com humanos. A Bíblia é uma revelação do conhecimento divino sobre os seres da Criação. Eu me perguntava se meu Anjo da Guarda estaria a me proteger do assédio sexual dos membros degenerados da geração de pedófilos ao estilo de Paizão. Ele, Paizão, por sua vez, tentava escapar do assédio de uranistas e pederastas do meio ambiente em que sobrevivia.

EU NÃO ERA mais que uma criança, mas já me perguntava sobre essas coisas, talvez devido à frequência no catecismo na Igreja do Amparo aos sábados, e à influência que as ilustrações distribuídas pelo padre ou instrutor causava sobre mim. Algum tempo depois, décadas se passaram até que ficou bem inteligível em minha mente, com uma clareza incontestável, que todas as coisas que acontecem com as pessoas em todos os lugares, não passam de uma retroalimentação da literatura bíblica exposta desde o Livro do Gênese. A Bíblia é uma excelente sala dos espelhos de ensinamentos existenciais.

AO VER TODOS os dias a quantidade de pessoas que parecem querer mudar o texto que fundamenta a ideia de gênero masculino/feminino no evento da criação de Adão e Eva, fico a matutar porque uma quantidade cada vez mais significativa de gentes, em todos os lugares do mundo, parece preferir uma mudança no texto bíblico. Ao invés de “homem e mulher os criou” milhões, bilhões de sujeitos, famílias, parentelas parecem que têm preferência por outro texto: Adão e Adam os criou. Ou: Adão e Evo os criou. Se os tivesse criado gays, como poderiam multiplicar-se e subjugar a Terra???

A HUMANIDADE parece querer substituir os pares da amorosidade homem/mulher, pela companhia marmanjo/jacaré. É certo que a convivência entre machos e fêmeas se tornou mais e mais problemática devido, principalmente, à uma educação voltada às tarefas do consumismo. A civilização operou mudanças drásticas de comportamento quando a industrialização transformou a todos em mercadorias que consomem outras mercadorias. Compras pagas para a produção que agrega serviços, formais e informais, prestados nos demais setores de atividades. O Ministério da Economia indica: 70% do PIB são gerados pelo terceiro setor.

A SOCIEDADE civil está em busca de seus direitos sociais. Constitucionais. A lógica do mercado nem sempre está na defesa desses direitos, no cumprimento das atribuições de natureza pública. Não há distribuição de dividendos ou resultados financeiros, mesmo quando há vínculos com o Estado devido às parcerias. O Terceiro Setor privilegia o estímulo à iniciativa individual ou coletiva: a solidariedade, a filantropia, o voluntariado sem interesse na produção do lucro.

CONSIDEREMOS todas essas afirmações dos parágrafos anteriores: a reunião de instituições que possuem natureza jurídica, com eficácia e know-how de autogestão, constituem uma força econômica superior ao que normalmente se imagina: associação de moradores, trabalhadores rurais, educação, formadores de cidadania, ambientalismo, direitos humanos, recreação, cultura e demais áreas emergentes. Onde se situam os trabalhadores da Literatura, os autores sempre explorados por contratos canibais com editoras e aproveitadores do talento de escritores que não têm apoio financeiro e econômico de nenhuma entidade beneficente, instituto, fundação ou organizações não-governamentais??? Por que a Literatura no país Brasil está em vias de extinção??? Não há simpatia, crédito ou amabilidade por seu papel social.

POR QUE A Literatura não é considerada uma das artes visuais??? Juntamente com pintura, desenho, gravura, fotografia e cinema??? O cinema sem Literatura existiria??? A exposição de sentidos e valores dos movimentos estéticos que caracterizaram as Artes na virada do século XIX para o XX, deste para o XXI, teriam alcance público não fossem as obras literárias, as teorias distribuídas em livrarias sobre eles??? O roteiro cinematográfico, obra literária obrigatória para a realização de um filme, não é Literatura???

A ARTE produz a interação emocional entre as demais formas de engenhos criativos: realidades paralelas desvendam seus  significados subjacentes nos subterrâneos da realidade mesma. A Arte Literária é interação básica, imprescindível, fundamental, entre as demais formas de criação artística. Por que não merece das instituições governamentais e não-governamentais, das editoras e de seus editores canibais, a atenção que culturalmente deveria merecer??? A sociedade sem literatura é uma malformação temerária de seres hostis que se desconhecem entre si. Seres que não se compreendem, nem interagem criticamente consigo mesmos, com seus botões. Com suas consciências.

A ARTE Literária é crucial, necessária, na retroalimentação dos costumes. Na renovação destes. Na crítica deles na família, na política, na economia, nas instituições da sociedade. As tendências e singularidades comportamentais, os sentidos, sentimentos e emoções não têm melhor espelhamento crítico do que na Literatura. Por que então ela não é valorizada na dimensão em que os barões e poderosos chefões do crime organizado, nacional e internacional, valorizam outras formas de Arte??? Talvez porque, com Literatura, aqueles barões tenham mais dificuldades em lavar o dinheiro da contravenção.

EXATAMENTE POR isso: a criminalidade institucional se desnuda. Aparece. Revela-se. E os centrões da criminalidade institucional, política, econômica, social, não querem que essa realidade se torne publicamente disseminada. Não há interesse político, econômico e social na valorização da Literatura nacional. Por isso o povo brasileiro está em franca extinção da sensibilidade, da inteligência, da criatividade e compreensão de si mesmo e de seus pares empanturrados de baboseiras Tv visivas: papos de segunda, conversas de boteco, verdades secretas, vai que cola, drogas, narcisismos e futebol.


(P.S: ESTE TEXTO PERTENCE AO ROMANCE MULTIESTILOS "ONDE A LUZ DA LUA VEM BRINCAR").
DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 20/11/2022
Alterado em 24/11/2022
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