Quem és? Não tens interesse
Em conhecer-Te? Conforma-te
Em ser um n° num cód. de barras?

Quem sois? Apenas testemunha
De quem nasceu para ir às compras
Periódico, no supermercado?

Não te desperta interesse
A viagem do conhecer-Te
Em direção ao tempo? A Ti?

Tens olhar para longe e perto
Disputas esportivas, miragens
Eventos bélicos no deserto.

Alguma vez te perguntaste
Por que teus olhos de Narciso
Não te vêem e observam?

Estás satisfeito com o que és?
Com teu salário mínimo podes
Comprar? Ou és apenas cego?

Sois mais que uma força
Em conflito com outra?
Foste pego e não sabes?

Por tuas lideranças faustianas
Estás satisfeito com a estreiteza
De teus conhecimentos?

Com a estrela que alimenta
Megido? Com as lideranças
Que pagam tua cesta básica?

Porque comes tua carne
Tua língua apodreceu e
Nem sabes: do céu de tua

Boca, tuas palavras alimentam
O Armagedon por que não
Dizem nada. Teu metabolismo

Tua dieta nutre esse gasto
Conformado, calórico, essa
Equação secular de teu repouso

Desconheces as respostas que
Poderiam estar ao alcance de
Tua mão. Ignoras aqueles que

Poderiam te ajudar a abrir
Os olhos em sono profundo
Por que és tão de vagar lento

Em aprender sobre tua própria
Identidade?  Fazes por merecer
A camisa do ídolo do barco

Que navega nas turbulentas
Águas onde seguras teu timão
Nem percebes que naufragas

Quase nada sabes de ti e nem
Pensas saber do que acontecerá
Ao teu filho quando crescer

Mas sabes os nomes e as cores
Das chuteiras dos artilheiros
Que fazem os gols do brasileirão

Poderias vencer o monstro que
Te prende a esse larbirinto de
Interesses que te constrangem

Mas para isso terias de encontrar
O caminho que conduz a Ti.