(À Luz Terrível)

Esse seu rabo de sereia!
Essa atmosfera de mistério!
Esse mar irreal! Terra pagã
Beleza pura. A carne dura
Dura de duração!
Maré de Carnaval.

Helena! Helena! Sua alma
Certa mente sincera, mente?
Não tem nada de pequena.
Feliz e Feliz mente.

Não há Freud que prevaleça
Quando você fala em mãe
Que filha da mãe! As razões
Há motivos de mais. Demais
Prevalecem e sobram. Certo
Certinho! Mãe não morre
Principalmente quando vai.

Seu corpo seu fruto torto
De droga não tem nada
Exceto a motivação pelo sal
Quando olhas para os lados
As felizes vaidades das damas
Robôs, tão pintadas! Compre
Logo uma pomada que aí verão
Nesse verão, na praia de Amar
A Linda, todas essas urticárias.

Ah! Quanta barata kafkiana
Nas pernas e bumbuns
Em desfile nesse shopping
Center bacana. E vc descalça
Que mulher sapato já há
Em excesso e abundância.

Se és chegada a um príncipe
Ou a uma Cinderela, quem dará
A mais mínima desimportância?
Se és boa ou não da bola ou se
Estás com a bola cheia, se em
Dia de Loba ou de Chapéuzinha
Vermelha? Que nada mais importa
Se manténs viva essa lúdica
Desespiritual e atual Centelha?

Se choras nenhuma lágrima
Se sensível és ao fruto Musa
Que importa ser a primeira ou
O último bambolê da caixa?
O filé ou o osso duro de moer?
Se vens de cara ou de coroa?
Teu drama de bruxa ou de fada?

Se frente ao frio e a neblina
A cara fechada ou risonha de
Adolescência? Se da TPM tens
Nada menos que a sina? Que
Importa quantos netos abundam
Pela varanda em tempo frio
Ou no quente verão a neblina?
Se sabes e encaras esse espelho
O desejo que deseja ávido e
Desatina?

Minha leitura de teu colar de
Pérolas entorno do pescoço
Há de justificar meu posterior
Cansaço! Quem sabe talvez
Precise ficar à mercê de teu
Recato, como talvez nem tu
Habitante da cidade de Ur
Imaginas. Meu raio laser por
Ti (des)encantado vai valer a
Poesia de teu corpo como se
Novo fosse ter em teu regaço.