Textos

O Maná Da Vida E O Prazer Da Dominação
Por amor à manha da manhã
Amanhã será dia de maná
A ambrosia vai cair das nuvens
Para o povo alimentar
Não mais ficará triste
E a ansiedade por comida vai passar
Quem semeou as nuvens
Com essa motivação do caminhar?
Que vence as incertezas
E nos dar o que pensar?
Por que o trigo brota dessa
Invisível mão que alimenta
Milhares e milhares de esperanças
Fazendo chover por sobre elas o pão
No deserto quente, no limite das forças
Nos regozijamos pelo espírito
Que mantém vivo o corpo
Pelo pão de cada dia
O líder desceu da montanha de olhos
E discurso quente enquanto o povo
Queimava, combustível da sarça ardente
O medo dos inimigos se esvaiu. E a fome
As promessas se cumpriram
O decálogo nas tábuas
Bastava cumprir a lei
Manter sob controle os impulsos do figo
Os corpos queimavam no inferno
Da vontade contida. A identidade coletiva
Uniu-se em torno do fogo desse abrigo
Amamos a circunstância febril
Que influenciava a nossa causa
As paredes de nossa casa nômade
E predatória construídas de mistério
O mito vela por nossas vidas à vela
Hoje, navegamos pelas águas da Internet
Buscamos a salvação no ambiente "cyber"
Nosso comportamento estimulado
Pelo que há de orgânico nos organismos
Mecânicos. É a era da globalização
O povo corajoso busca inutilmente ser justo
Assegurar nas mãos a promessa de salvação
Através do trabalho e da fé
Continua em busca da Terra Prometida
Quatro décadas passam rápido. E mais de
Quatro milênios de tempo histórico
Semeando e colhendo da agricultura
A tenda itinerante promete ser a
Casa de todos os povos. Em cada oração
A promessa do perdão ambiciona
Redimir as faltas. As compras no varejo
"Extra Special Purchase"
O ânimo combativo e os gracejos
De nossos inimigos dentro de cada um
De nós. Os tijolos desse muro de lamentações
Ergueram-se do suor dos corpos como um eco
Desde o Templo antigo de nossos costumes
A chama azul das velas hesita em manter-se
Acesa sob a tempestade de areia
A cultura da violência no deserto
Ameaça tornar não mais visíveis as estrelas
As profecias prometem o maná de fogo
Em futuro próximo. Os líderes do Sinai
Parecem não estar nem aí! Quem está a cobrar
O sangue de todas as gerações por vir?
Toda essa civilização corre célere em direção
A Sodoma. O senhor Mercado
Seu projeto político de dominação
O Senhor das metrópoles de hambúrgueres
Sinagogas a comercializarem armas
O amor apenas uma palavra
Sem consistência espiritual
Nada tem a ver (e haver) com os
Pesos e medidas da desordem social?
Nossa religião não é mais que uma defesa
Contra a experiência de Deus
Esse povo ainda não percebeu
Que cada um e todos são um só?
Será preciso amaldiçoar o Maná
E fazer do pão o alimento amargo
O escravo em Êxodo na terra do Egito?
A Globalização da Idade do Gelo
Está em pleno curso? Amor e compaixão
Apenas para os de seu fechado grupo?
Continuas a matar teu próximo
E a prostituir a mulher do vizinho
Como se ele não morasse ao lado
De sua tenda? Quem é o estrangeiro?
Por que partilhar o pão pela espada?
Submeter os homens e tomar as mulheres
Como despojos de guerra? Quando cairá
A ficha de que o sentimento do mundo
É planetário? Não mais existem aqueles
A quem deves excluir. Se em tua tenda não há
Amor por todos. Não há por ninguém
Por que deveriam ter respeito para contigo
As almas gêmeas do mundo globalizado?
Se lutas para fazer prevalecer as Torres Gêmeas
E o coração das trevas do criminoso cromagnon?

Por amor à manha da manhã
Amanhã será dia de Iemanjá.
DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 17/04/2010


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