Textos

Gigolô Das Massas (A Rede)
Quando estou envolvido com intimidade
As delícias dos anéis, um universo de saudade
Minha mulher sempre saturnal
Parece vestida de noiva
Uma ilusão de muito antigamente
30 milênios de memória distante
Traz para perto em um instante
O agora atual de longínqua antiguidade
Minha mulher ideal cheira a "chanel five"
Aspira pelo nariz o sentido do Sabá
Dêem-me neste domingo tvvisivo um pouco que seja de
Algo mais que apenas futebol, pegadinhas, sai de baixo
Um programa de debates no lugar da branca Magda
Uma palavra de verdade no lugar-comum do Big Brother
Por favor, tenham algum respeito por minha mente
Só porque ela está na sala de jantar
Não quer dizer que tenha de se fartar
Com o conteúdo dessa metalfísica demente
Com o horror dessa propaganda de chocolate
Entre duas ou três chacinas nessa tarde
Parem, de despejar o conteúdo dessa lixeira na minha idéia
Meus neurônios clamam por qualidade
Estou no século XXI, mas o Grande Irmão Macaco
Faz sucesso impondo bananalidades
Por favor, dêem-me um pouco de direitos humanos
Não quero estar sempre sendo devorado
Pelos interesses pré-históricos informatizados
Como se fosse mais um símio sem cidadania
Nesse circo dos horrores globalizado
A vida é boa. A vida global é bela
É só não se permitir todo tempo
Estar sendo corrompido por ela
A vida global é boa. A vida global é caserna
Quando corrompida pelos interesses
Da multimídia cá delas
Eu preciso de um pouco de razão e sensibilidade
Que será de minha vida? Do trabalho
Dos filhos dessa geração sem pai nem mãe?
Se estão como peixes plugados na Rede?
Minha mente não vale mais que esse salário mínimo?
Bobagens à Big Brotários?
Minha querida, minha delícia, meus anéis
Eu nunca me canso de curtir essa sua
Pré-histórica fantasia de Patricinha de (psycho) motéis
De Perua dos shopping center dos corações saturados
Você esqueceu existir entre as orelhas
Algo mais que cabelos desenrugados
Numa cabeça 100 idéias
Trabalhada pela cultura de cabeleireiros
Compre um livro para ela
De quando em vez, de mês em mês
Não a alimente apenas de shampoo
“Psycho motel” e terreiros de forró
A vida é mais que o PCC
Dos programas do Gugu
Do pânico que governa a capital São Paulo
Das nossas senhoras do Ó
Receptoras de doações de modelitos
Você é um lindo ser humano feminino
Não a imitação de uma vaca no pasto. Reaja
A toda essa expectativa de Alice
No País dos Espelhos do Bandeirantes
Oferecida, inflamada por modistas
A cara de sua auto-estima pasta no brejo
Desse shopping center dos corações embaçados
De que vale acessar por controle remoto
Todo esse lixo de butiques em desfile
Artigos da moda, vestuário, bijuterias
Produzido por esse circo “bom de ver”
Que suga a possibilidade de inteligência
E afunda você nessa demência
Nessa falta de imaginação
Consumista, cromagnon, capitalista
Toda essa cambada simpática
De gugus vendedores de sorte
De homens do realejo
De bundões artificiais, festivos, alegretes
Dos corações malocados
Faturando horrores com sua pulsão
De espectador de tvvisão
De pessoa numerada da sala de jantar
Nada mais que um fantasma
No mausoléu das pesquisas
De suas próprias ilusões
Eles fazem tudo por dinheiro
E alguns pontos no ibope
Você nunca questionou
Essa falta de opções
Essas ofertas via tv
Você pensou uma única vez
Em sair desse larbirinto internético
Desse consumo apopléctico
Que conduz você a lugar nenhum ?
Ou você também não está nem aí ?
Em sendo mais uma pessoa datada
No mausoléu das ofertas consumadas
Combustível mixado
Enchendo a bola da corrupção
E do verdadeiro espírito pirata
DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 03/04/2010


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